“Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo:” Mt 5.2
Temos aqui o relato do tão conhecido “Sermão do Monte”. Confesso que fui surpreendido por algumas verdades neste texto que nunca saltaram ao meu coração e a primeira delas é que Jesus não pregou este sermão para a multidão, mas sim para um grupo seleto de pessoas denominada discípulos (convertidos que desejavam proclamar sua fé em Jesus Cristo).
Em suas palavras fica claro a existência de dois Reinos, o Reino dos Céus e o Reino da Terra, uma mentalidade terrena, uma mentalidade celestial. Constantemente este paralelo é colocado em cheque na nossa vida e por nós mesmos, não temos força moral e ética para viver como Deus ordena por isso a necessidade da vinda do Messias, para como ser humano vencer o mundo e nos dar esta nova mentalidade, novo estilo de vida! (Fp 2.5)
É evidente também o contraste de valores. Em todo o sermão do monte, Cristo estabelece princípios de vida aos seus discípulos. Através de expressões que começa em Mt 5.1 e termina em Mt 7.29, Jesus deixa bem claro, que os valores do reino dos Céus eram diferentes dos valores estabelecidos pelo sistema operante na época.
Mas gostaria de chamar sua atenção para o v.41: “Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas”
Jesus está trabalhando questões universais do direito e essa tem a ver com o costume judaico de se pedir a companhia de alguém numa viagem pelas perigosas estradas da época. Quando alguém se negava e acontecia um crime essa pessoa era responsabilizada pela sua comunidade local por não ter atendido ao pedido do viajante.
O verbo grego traduzido aqui por “forçar” advém de uma antiga palavra persa que significa “recrutar a força”. Curiosamente, é a mesma palavra que aparece no final deste livro (Mt 27.32) quando os soldados romanos “recrutam à força” Simão para ajudar Jesus a carregar a cruz.
Quantas vezes o nosso caminhar com Deus é marcado pelo individualismo, por qualquer falha em nossos padrões, excluímos pessoas da nossa convivência, tiramos do nosso grupo de final de semana gerando divisões e traumas com auto poder de fogo!
Os sinais da caminhada podem ser eternos. A história diz que os filhos de Simão Cirineu aderiram à fé em Cristo e eram conhecidos na Igreja Primitiva. Tudo por este homem obedecer prontamente a ordem de dar mais alguns passos em favor de um “próximo ilustre”!
Mas Jesus vai além e ensina aos seus discípulos que ao serem solicitados por qualquer viajante a andar 1.609 metros (uma milha) devem graciosamente estar prontos para caminhar em sua companhia por mais de três km (Duas milhas), ou seja, exceder em amor, graça e misericórdia ao que pede a lei.
Curiosamente, eu estava no estacionamento de uma igreja aqui de Belo Horizonte e um pastor muito meu amigo compartilhou comigo que todo ser humano tem uma diferença de tamanho em suas pernas, nunca uma é milimetricamente igual à outra e isso explica que se soltar uma pessoa sozinha em um campo aberto, ela não consegue percorrer um longo trajeto em linha reta, sempre há um desvio!
Será que isso não explica muitas de nossas cabeçadas solitárias e labirintos traumáticos?
Talvez este seja o momento de você sondar seu coração e verificar se há alguém que caminhava próximo e se afastou, pessoas que seus ouvidos as reconhecia de longe e hoje são estranhas. Gostaria de te incentivar a ir atrás destas pessoas convidando para caminhar mais alguns metros, não considerando esta caminhada como opção física, mas como uma responsabilidade vital para todo o corpo de Cristo!
Nunca se esqueça “Não há engarrafamento na milha extra”
Precisando de companheiros de caminhada;
David Júnio
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