segunda-feira, 23 de maio de 2011

A Vida na Igreja Local - O Fardo Profético

O caldeirão onde os profetas são feitos, assim como todo outro ministério, é a igreja local. Precisamos de todas as irritações e frustrações da vida na igreja local para amadurecermos em Cristo. Aqueles que correm destes desafios têm seu crescimento e potencial para serem usados, no melhor caso, atrofiados.

Freqüentemente escuto pessoas com dons proféticos reclamar que a igreja que freqüentam não é aberta a estes dons ou a eles, pessoalmente. Exceto por questões problemáticas como a própria pessoa levando seus líderes locais a desconfiar deles, estas estão obviamente na igreja errada, ou isso é também parte de seu treinamento. Tem sido a porção dos profetas, desde o início, de raramente serem aceitos em seu próprio tempo, e eles normalmente não são reconhecidos até que estejam mortos e não sejam mais uma ameaça.

Jesus era rejeitado continuamente pelos líderes de Israel, e é improvável que qualquer ministro verdadeiro não sofra isso de tempos em tempos em sua vida. E alguns, principalmente os ministérios de alto impacto, estarão sob constante perseguição de alguma forma. Se os apóstolos muito se alegravam porque foram“achados merecedores de ser envergonhados por causa do Seu nome” (veja Atos 5.41), quão mais devemos nós abraçar a qualquer rejeição como a grande oportunidade que ela é? Quando as credenciais de apóstolo do Apóstolo Paulo foram desafiadas, ele apontou para suas aflições e perseguições, e não seus feitos, como evidência de seu apostolado.

Porém, a chave é aprender a sermos rejeitados e falsamente acusados e não ficarmos feridos pessoalmente por isso. Sob a Antiga Aliança, os sacerdotes não poderiam ter cascas ou feridas não curadas. O mesmo é válido hoje – feridas não tratadas podem nos desqualificar para a utilidade no ministério. Onde você as tem, não pode ser tocado ou se aproximar das pessoas, o que não é aceitável e pode corromper um ministério. Se estamos sendo rejeitados ou negligenciados, é uma oportunidade para crescermos no amor.

O Rei Davi não teria sido o grande rei e homem segundo o próprio coração de Deus sem a perseguição que recebeu do Rei Saul. Saul ajudou a tornar Davi quem ele era chamado a ser. Davi manteve um coração correto diante de Saul ao longo de todas as injustiças, sempre tendo o mais alto respeito pelo “ungido de Deus”, e o seu coração ficou pesado apenas por ter cortado a ponta do manto de Saul. Mesmo após Saul morrer, Davi continuou a honrar a ele e sua casa, exatamente o contrário das práticas de todos ou outros reis naquele tempo, que imediatamente matariam quaisquer potenciais rivais ao seu trono.

Muitas das divisões destrutivas e falsas doutrinas ensinadas na igreja são resultado de rejeição, erros ou feridas não curadas, e não de mau embasamento nas Escrituras. Esses problemas são também pontos de entrada para o espírito de controle. O perdão é algo básico do Cristianismo, e se estamos carregando qualquer falta de perdão em nosso coração, isso pode, e provavelmente irá, corromper nosso ministério.

Não desperdice suas lutas – a igreja local é um dos melhores lugares para tê-las. O Senhor está retornando para Sua noiva, a igreja, e os verdadeiros amigos da noiva se dedicam a prepará-la. Pessoalmente, aprendi a duras penas a não confiar em ninguém que não tenha uma vida forte e compromissada em uma igreja local. Conheço muitas pessoas que são profeticamente dotadas que não têm um relacionamento em uma igreja local, e eles ainda podem ajudar as pessoas, mas também têm uma trilha de problemas e freqüentemente divisões que de longe ofuscam o bem que fazem.

Isso não quer dizer que não haja temporadas em que possamos ficar um pouco de canto para buscar ao Senhor, mas o Cristianismo basicamente não funciona sem a vida em igreja local. Você pode crescer em entendimento e conhecimento do Senhor, mas não estar crescendo, de fato, no Senhor. Não é possível estar apropriadamente conectado ao Cabeça sem também estar conectado ao corpo. Lemos em I João 1.8: “Se andamos na luz, assim como Ele está na Luz, temos comunhão um com o outro, e o sangue de Jesus, Seu Filho, nos limpa de todo pecado.”

A palavra traduzida como “comunhão” neste texto é o Grego koinonia, que implica uma união profunda, inseparável. É por isso que também é traduzida como “comunhão”, que é uma junção das palavras “comum” e “união”. Sem esta união com o povo de Deus, não permaneceremos na luz, como este trecho declara.

Certamente há muita transformação necessária à igreja, e ela vem, mas se não passarmos pelo processo de mudança e crescimento com a mesma, não nos encaixaremos nela quando ela chegar à maturidade. No Antigo Testamento, alguns dos profetas tinham de ficar sozinhos e andar solitariamente por tempos, mas no Novo Testamento os profetas fazem parte de uma equipe, e sem o resto da equipe, eles não podem realmente funcionar como são chamados para fazê-lo.

Pode haver exceções a esta regra, mas nos meus quarenta anos em Cristo, ainda hei de ver um que tenha se separado de uma vida conectada à igreja local que não tenha sido levado em cativeiro ou começado a causar mais dano do que bem, independentemente de que ministério dizia ter.

Rick Joyner, 15/Mar/2011

Por Felipe rudiek extraido do site www.portoesdacidade.blogspot.com

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sofrimento

Talvez o maior questionamento da raça humana envolve a questão do sofrimento e suas causas. Parece que o sofrimento é paradoxal ao caráter de nosso Deus.

Ao tocarmos nesse assunto, somos remetidos ao personagem que mais abordou esta causa e que cremos ter preciosas lições a nos ensinar.

Vemos a história de um homem bem sucedido que tinha tudo e que vivia de maneira íntegra e reta diante de Deus. Oferecia diariamente sacrifícios a Deus e sua integridade era tanta que se tornou assunto de discussão entre o Senhor e Satanás.

O grande dilema de Jó foi a questão do sofrimento. Como Deus poderia ser soberanamente bom, diante do sofrimento de uma pessoa aparentemente inocente?

Fatidicamente creio que Deus nos permite sofrer para provar nosso coração.

Como pano de fundo à nossa comunicação temos que relatar que foi Deus que entregou Jó para ser provado e não o Diabo que atingiu a Jó.

Disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder, somente contra ele não estendas a mão" (Jó 1.10-12).

O grande problema era que Jó conhecia Deus pelo que Ele tinha e não por aquilo que Deus era.

O relacionamento do ser humano com Deus está obscurecido por causa do nosso relacionamento uns com os outros. Nós não podemos amar a Deus pelo que Ele faz por nós, mas sim por aquilo que Ele é. Não podemos amar as pessoas visando o retorno que teremos ou pelo que elas fazem pra nós, mas sim pelo que elas são.

Olhe as palavras do apóstolo dos joelhos de camelo:

"Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora a perseverança deve ter ação completam para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes (Tg 1.2-4).

perfeitos” aqui não denota a absoluta falta de pecado, mas contem a idéia de ser completamente desenvolvido e maduro.

“íntegros” significa completo em todas as suas partes.

Deus nos permite sofrer também para nos mostrar que não é Ele que precisa de nós, somos nós que precisamos Dele, pois Ele é completo.

O grande problema hoje em questão não é o que a sociedade tem, mas exatamente o que nós não temos. Só porque Deus pode fazer as coisas não significa que Ele é devedor das nossas vontades pessoais, repito:

Só porque servimos a um Deus que pode todas as coisas, não significa que Ele deve fazer por nós todas as coisas!

Somos um monte de crianças pirracentas brigando por algumas balas em cima da mesa.

Expressões do tipo Deus tem que fazer está muito errado. Tudo que eu tinha que fazer eu não fiz, como que Ele que fez tudo tem que fazer ainda mais?

E por último creio que Deus nos faz sofrer para nos mostrar o verdadeiro valor do Drama da Reaproximação.

O livro de Jó é uma figuração geral da raça humana desde a queda de Adão. O homem caiu e como conseqüência veio às dores, as perdas, o sofrimento, a insatisfação e só havia uma solução: reaproximar o homem a sua posição original.

Tem uma música muito cantada no Brasil que diz: “O melhor de Deus ainda está por vir". Acho que poderíamos avisar para o cantor que o melhor de Deus já veio e morreu em uma cruz por nós e não há nada nesta vida que pode ser melhor do que isso (Jo 3.16, Fp 2.5-9).

Gosto de uma frase que diz:

“Meça sua vida pelas perdas e não pelos ganhos, pois a força do amor se põe em sacrifícios e o que mais sofre mais tem pra dar”.

Quando entendemos isso nos colocamos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus que é o nosso culto racional “intencional, com entendimento” (Rm 12.1).

Em tempos de egoísmo total lembrarmos do testemunho dos Moravianos que no séc 18, depois de um relógio de oração de 365 dias enviou dois jovens de 20 anos como escravos para a evangelização de uma ilha no leste da África onde mais de 2000 pessoas tinham sido feitas escravas soa quase como uma utopia (descrição imaginativa de uma sociedade ideal).

Quando iremos ouvir orações do tipo:

"Que o cordeiro que foi imolado receba a recompensa do seu sofrimento"

"Se Deus não fizesse mais nada pra nós, só quem o Senhor é já seria suficiente para que nós o adoremos por todos os nossos dias".

"Deus nós te amamos pela revelação de quem o Senhor é e não pelo que o Senhor ainda pode nos dar".

A grande lição da vida de Jó foi ele ser recolocado em uma posição que ele pudesse ver Deus e expressar confiança e satisfação completa NELE.

"Então, respondeu Jó ao SENHOR:Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado, Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia. Escuta-me, pois, havias dito, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás.

Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem" (Jó 42.1-5).

É interessante ver que a restituição de Deus na vida dele não foi quando seus bens foram devolvidos, mas sim quando Deus corrigiu o seu coração e ele reconheceu a soberania de Deus.

"Mudou o SENHOR a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o SENHOR deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra" (Jó 42.10).

Estou convencido que Deus nos faz sofrer porque Ele é bom e sabe qual é o ALVO maior deste Deus soberano e terrivelmente poderoso? VOCÊ.

Gere novas perspectivas com suas causas e sofrimentos,

Fraternalmente;

David Júnio