sexta-feira, 30 de julho de 2010

Visita ao Chaveiro

“Porei sobre o seu ombro a chave da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém fechará, fechará, e ninguém abrirá” Is 22.22

Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá” Ap 3.7

Ao ouvir a palavra “chave” logo se identifica como o instrumento destinado a mover a lingüeta das fechaduras, que possui um poder de abrir e fechar, caracterizando um sinal de Responsabilidade.

Quantas vezes estivemos ou fomos a determinados lugares trancados e tivemos que esperar a pessoa que “possuía a chave” para entrarmos? Entende-se que a chave é também um sinal de Autoridade.

O poder de uma chave é tão grande que separa coisas, momentos, dimensões, mundos e realidades. No hebraico representa o verbo “mapteah” liberar, abrir. Outra variação no hebraico é “patahabrir a boca, falar ou dizer, fazer anúncio, abrir a boca e proferir palavras.

Ao ler estes textos fiquei imaginando porque um profeta messiânico e posteriormente o próprio Jesus deram tanta importância a esta chave? Qual é o segredo?

Temos nos movidos em algumas áreas e acreditamos que o Senhor está disponibilizando chaves, vejamos algumas delas:

Chave da Comunicação

Deus levantou alguns comunicadores e olha o que eles têm em comum:

Deus levanta Moisés, homem gago, pesado de língua e mesmo após seu encontro com Deus a situação não tinha mudado (Ex 4.10). Deus levanta Jeremias e este jovem alega incapacidade e inexperiência (Jr 1.4-10), mas o interessante que todas as alegações destes comunicadores receberam uma promessa:

“Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar” Ex 4.12

“Mas o SENHOR me disse: Não digas: Não passo de uma criança; porque a todos a quem eu te enviar irás; e tudo quanto eu te mandar falarás” Jr 1.7

Parece que o critério para receber tamanho desafio é reconhecer a nossa insuficiência própria e reconhecer a dependência Dele.

“Quando Jesus está instruindo os discípulos Ele assegura que quem falará será o Espírito Santo. E, quando vos entregarem, não cuideis em como ou o que haveis de falar, porque, naquela hora, vos será concedido o que haveis de dizer, visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós” Mt 10.19-20

Deus deixa as nossas dificuldades e fragilidades para nunca nos esquecer que não é na nossa força (1Co1.27-29, 2Co 12.10b).

Chave da Adoção

Éramos todos escravos do pecado, mas um dia fomos adotados por Deus e elevados a uma condição de íntima convivência.

“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai” Rm 8.15

ABA= Pai querido, papai (maneira mais carinhosa com que as famílias judias se comunicavam)

Existe um plano determinado para todos os redimidos.

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo,assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor, nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” Ef 1.3-5

Adoção no grego é “huiothesia” huios= “filho” thesis= “posição” significa o lugar e condição de filho dado àquele a quem não lhe pertence por natureza.

Lembro-me de um testemunho de um casal cristão que tinham filhos biológicos e resolveram adotar mais uma menina e certo dia perguntaram para eles: Quem é essa? Pegaram para criar? Eles responderam: Não, pegamos para AMAR!

“ADOTAR tem a ver com o sentido mais profundo do verbo AMAR”

Chave da Compaixão

Vemos que Jesus tinha uma habilidade em se compadecer frente a situações de dor, fome, enfermidade e até morte (Mc 6.34, Mt 9.36, Mt 14.14) e olhando no original a palavra compaixão significa:

Pesar que nos desperta a desgraça e a dor dos outros; ser movido pelas entranhas; ser afetado semelhantemente.

Existe uma grande diferença entre sentir dó e sentir compaixão, a dó você sente de fora e a compaixão você sente de dentro!

Certa vez Jesus recebe os familiares de Lázaro condoídos pela morte abrupta de seu parente e a primeira atitude do Senhor foi a de assumir uma posição de íntimo demonstrando em lágrimas a beleza de seus sentimentos (Jo 11.33-35).

“O ser mais poderoso da terra era parado por lágrimas”

“Todas as almas nobres têm como ponto comum a compaixão”

Tirar a capa egoísta do orgulho e se compadecer são exercícios a qual devemos lutar para alcançarmos, se de fato queremos ser conhecidos como discípulos de Jesus Cristo!

Talvez você esteja se perguntando para quem são estas chaves?

Vemos nos discurso de Jesus com Pedro uma revelação preciosa da responsabilidade e autoridade dos portadores das chaves:

“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus” Mt 16.18-19

A palavra Igreja aqui é Assembléia em grego é Ekklesia: Chamados para fora. Termo usado entre os gregos para descrever um corpo de cidadãos reunidos com a finalidade de discutir os assuntos do estado.

Sinceramente penso que temos chaves disponíveis em diversas áreas da sociedade e os únicos habilitados a portar e utilizar estes instrumentos é a igreja do Messias aqui na terra. É-nos dado e seremos cobrados a respeito da posse e manuseio destas chaves, utilização essa não limitada a motivações eclesiásticas egoístas entre quatro paredes, mas uma expansão redentora visando a melhoria de uma terra que nos foi confiada.

“Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão” Lc 12.48b

Faça uma visita ao Chaveiro e pegue já a sua!

No Messias;

David Júnio



sábado, 24 de julho de 2010

Desespero Necessário


“Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais.Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei.Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.Serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei mudar a vossa sorte” Jr 29.11-14

Há repetidas referências em toda a Escritura sobre a busca do povo por Deus. Nessa passagem, subentende uma busca por Deus num nível de intensidade além do que se pode chamar de oração comum. O termo “buscar” em conjunto com a expressão “de todo o vosso coração” sugere uma gravidade que toca os limites do desespero.

O termo “buscar” em hebraico “darash” sugere um “seguir atrás” ou uma perseguição cuidadosa de um objetivo desejado e um zelo no processo de procura.

O momento hoje é o do “fast-food” receba sem esforço, facilidade, praticidade, mas vemos na palavra que Deus não é irresponsável, que dá sem que haja uma busca verdadeira e intensa, sem que você demonstre realmente que Ele é a fonte e motivo da aproximação.

A história do cego Bartimeu é um exemplo disso, analisemos juntos (Mc 10.46-52)

Jesus estava em sua rota para Jerusalém, para sua última páscoa e passa por uma cidade chamada Jericó que ficava em uma posição estratégica para a entrada de produtos para a Palestina e como ali passavam muitos comerciantes, o cego Bartimeu estava assentado junto do caminho, mendigando pela estrada.

Cego (Inválido, Incapaz, Limitado); Mendigo (Necessitado, Dependente, Sujo, Vivendo de restos); A beira do caminho (Desprezado, Derrotado, Fraco)

A multidão via Jesus como o Nazareno, filho de José, o carpinteiro, homem simples, limitado pela natureza, mas Bartimeu mesmo com sua deficiência física que o impedia de ver o que estava acontecendo, o via como Aquele que podia resolver seu problema, pois já tinha ouvido falar de Jesus (Is 61)

O cego gritava chamando o “Filho de Davi” título messiânico, reivindicando a aliança de Davi. Mesmo cego, enxergou o que a multidão não via e não se deixou influenciar pelas vozes da multidão.

O cego não deixaria nada atrapalhar seu caminho para chegar até Jesus que atravessou de um lado de Jericó até outro, só porque tinha um que gritava diferente (2Cr 7.14). Existe um combustível mais precioso que o petróleo que se chama “força de vontade”.

Jesus não estava preocupado com a massa, com a multidão, ou com os números que mandavam aquele homem se calar, Ele sabia do opróbrio e do anseio de um coração dilacerado por uma enfermidade. Às vezes a multidão nos faz pensar que não há mais jeito, tenta nos abafar como se fosse ínfimo nosso clamor, mas o Senhor nos conhece individualmente e Ele nos ouve (Jr 1.5).

O cego estava longe da família; não podia trabalhar e era marginalizado. Não podia ter contato com as pessoas, tinha que manter 100m de distância e gritar “impuro”, “impuro” pela lei farisaica, nem podia freqüentar a sinagoga ou o Templo. Agora, ele se levanta, porque pela fé, viu que Jesus era a solução de seu problema.

Juntamente com o ato de se levantar me chama a atenção o “Jogar a Capa”, isso fala pra mim de se despojar das vestes do passado, roupas sujas, malcheirosas e que não expressam a vontade do Criador para seus filhos. (2Co5.17)

O texto diz também que ele deu um “salto”, sua fé ágil o fez pular, saltar, sem medo de se machucar ou tropeçar no caminho, mesmo quando ainda era cego. É muito difícil você ver um cego pulando, pois não há segurança no apoio de seus pés, mas Bartimeu estava nos ensinando que para receber de Deus o que clamamos temos que ter ações correspondentes!

Bartimeu chama Jesus de "Rabboní", palavra aramaica que significa “Mestre” (Aquele que pode mandar, aquele que pode modificar uma situação)

No v.52 diz que ele “tornou a ver” significa que a visão de Bartimeu foi recuperada indicando que ele não era cego de nascença. Talvez você se identifique com este cego, já conseguiu ver as promessas de Deus para sua vida, mas por causa de fatalidades sua visão foi afetada e o convite durante esta viagem a Jericó é “tenha esperança” (Lm 3.21).

O nome Bartimeu significa Bar= “filho” e Timeu= “impuro”. A história diz que ele só recebeu este nome quando ficou cego. Vemos diversas pessoas hoje sofrendo de doenças psicossomáticas (depressão,doença do pânico, bullyng) muitas delas motivadas por uma sentença de fracasso, morte e rejeição. O fato é que não nos é dado o direito de mudar o passado e nos é proposto uma escolha, viver preso nas suas garras ferozes ou clamar desesperadamente por um que pode mudar nosso presente e escrevermos uma nova história.

Creio que este cego foi curado porque não se fez de vítima, apegando-se à sua deficiência, mas se esforçou para apoderar daquilo que Deus tinha pra ele (Mt 11.12) e após sua cura o texto diz que ele “seguia Jesus” (v.52).

Nunca se esqueça disso, a multidão sempre será marcada pela perplexidade, mas aqueles que clamam serão marcados por uma experiência (Jó 42.2).

Esteja disposto a clamar desesperadamente, reivindique seus créditos de aliança com o Criador e mude sua história utilizando de um dos mais belos sentidos do ser humano, o de enxergar.

“O passado é história, o futuro é mistério e hoje é uma dádiva, por isso que se chama presente” kung Fu Panda

No Messias;

David Júnio


quarta-feira, 21 de julho de 2010

Conte seus Dias

“Ensina-nos Senhor a contar os nossos dias de tal maneira, que alcancemos coração sábio”Sl.90:12


Esta oração de Moisés nos inspira e desperta o nosso coração a buscar em Deus “Sua Multiforme Sabedoria” para viver os nossos dias de maneira única, integral e triunfalmente, com uma Visão Vertical, isto é: resoluta, determinada e alinhada com a Vontade de Deus acima de tudo. Não devemos mais viver com uma visão míope e horizontal, preocupada com as exigências medíocres desta vida. Devemos planar nossas asas por mais que isso nos custe alguma coisa, e devemos enfim levantar vôo. Um vôo sublime rumo a Excelência, e nos sentir tão encorajados que jamais poderemos nos satisfazer nas adjacências da mediocridade espiritual outra vez. Nosso coração deve almejar isso e queimar por isso! Bem sabemos que o processo é longo e meticuloso, e tem momentos dolorosos, mas sabemos que vai valer à pena! Creio fortemente nisso! A Palavra de Deus nos encoraja e nos diz que não somos dos que retrocedem para a perdição, ou seja, não somos desistentes, não devemos permitir pela Graça de Deus que as circunstâncias nos empurrem para baixo, onde a vida é insossa, maçante, cansativa e entediante. Vamos nos recusar viver assim, por isso, não devemos deixar de orar esse salmo, pois entendemos que é gosto pervertido satisfazer-nos com a mediocridade quando aquilo que é Excelente está ao nosso alcance!
O desafio é: Ler, refletir, ponderar sobre isso, e orar para que o Vento da Glória de Deus venha soprar sobre nossas vidas e produzir transformações genuínas em nossa maneira de pensar e viver, para alcançarmos dias melhores! Que assim seja!

“Se fordes dóceis e obedientes, provareis os melhores frutos da terra; Isaías 1.19”

Com amor,

Em Cristo Jesus,

Larissa Dorea

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Show de Talentos

Mt 25.14-30

Neste texto acima temos a tão conhecida parábola dos talentos e um talento naquela época era o correspondente a 6.000 denários (moeda de prata que valia um dia de trabalho de um soldado Romano). O uso atual da expressão portuguesa “talento” significa o conjunto de dons, capacidade e habilidades de uma pessoa.

Jesus fala de três servos que receberam os talentos, segundo sua capacidade pessoal. Eram pessoas que certamente tinham a confiança irrestrita do seu senhor. Um recebeu cinco, outro dois e outro um, com toda a liberdade de usá-los como quisessem.

O que recebeu cinco, não titubeou e multiplicou os talentos de seu senhor, da mesma forma fazendo o que recebeu dois. Mas o enfoque maior fica para o primeiro, e Jesus fez questão de destacá-lo negativamente: “Mas o que recebera um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor” (Mat.25:18)

Tentaremos nos colocar no lugar daquele homem e analisar o porquê, e por quais razões ele perdeu a oportunidade de crescer e enterrou o talento recebido;

  1. Não valorizou o que recebeu

Subestimou o talento recebido. Os recursos eram poucos e por isso julgou ele, desnecessário seu uso. Quem menos tem, passa por um processo de autocomiseração (piedade), se julgam sem nenhum valor perante os mais graduados em dons e talentos.

  1. Não achou lugar para usá-los

No desejo de achar um uso para o bem recebido, quem sabe o homem disse consigo mesmo: “Vou enterrá-lo. Quem sabe ele nasce”. Errou, pois o talento não nasceu e nada tinha a ser colhido do talento escondido. O que ele queria dizer com o enterro do talento, é que não havia um lugar para usá-lo.

  1. Tinha visão errada do seu senhor e se relacionava mal com ele

Infelizmente, hoje no Reino de Deus, muitos estão parados em relação a talentos e dons exatamente por não conhecer seu Senhor na intimidade e por não se relacionar bem com Ele. Relacionam-se baseados no que ouvem por bocas alheias e naquilo que aprendem de terceiros e não por experiência pessoal.

  1. Preferiu a Neutralidade

Aquele homem pensou que enterrando o talento recebido, ficaria neutro e não precisaria nem se desculpar em relação a seu senhor, mas neutralidade está fora do dicionário divino. Quem assim procede, mais cedo ou mais tarde vai prestar contas.

Gosto muito da Onipotência de Deus revelada em Jr 1.5 Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações.”

Deus já te conhecia antes de você nascer e Ele sabia quais eram as habilidades (dons) que iria lhe confiar.

Formar fala de conhecer a essência (Sl 139.16 conhecer intimamente).

Consagrar fala de separação.

Constituir fala de missão específica.

Nesta caminhada relacional, vemos pessoas que não valorizam seu dom, não sabendo que todo dom vem de Deus. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” Tg 1.17

É lindo ver como Deus não é monótono e dotou cada pessoas com um dom. Quero que todos os homens sejam tais como também eu sou; no entanto, cada um tem de Deus o seu próprio dom; um, na verdade, de um modo; outro, de outro” 1Co 7.7.

Dom no Aurélio é dádiva, presente, qualidade inata, mérito, poder!

Tive o privilégio de conhecer a história da Dona Maria, senhora de 73 anos que trabalha fazendo faxinas em casas aqui em Belo Horizonte. Conversando com seu filho, funcionário público, bem sucedido, me disse que constantemente pede a ela que pare com suas atividades por causa da avançada idade e saúde, disponibilizando o repasse de um valor até mesmo superior ao recebido pela mesma, mas para sua surpresa ela com um sorriso no rosto responde: “Meu filho, deixa-me fazer meu trabalho, gosto da oportunidade de conhecer pessoas novas e de cada dia participar da criação de uma família, absorvendo histórias e tenho certeza que nasci pra isso”.

Quando descobrimos pra que viemos neste mundo, temos o privilégio de suprir e redimir ao outro que espera a manifestação do nosso dom e depende do que nos foi dado para ser completo!

Seja dentro de uma casa ou na presidência da República, manifeste seu dom e certamente Deus colherá os frutos!

“Podem-se contar quantas sementes tem em uma maça, mas nunca quantas maças há em uma semente”

No Messias;

David Júnio