terça-feira, 6 de julho de 2010

Teologia do Homem Aranha

“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” Is 6.8

Relembrando meus tempos de criança, conclui que em cada fase da minha infância fui influenciado por um super-herói ao qual me identificava. Motivado por uma inocência peculiar aos “pequeninos” vivi momentos totalmente utópicos e emocionantes. Era como se não houvesse problemas e por alguns momentos a força e agilidade daqueles heróis se incorporasse em meu ser, dotando-me de dons nunca antes alcançados.

Um dos que mais me marcaram foi o Peter Parker (homem Aranha) e sua história nos traz lições muito preciosas.

Ele era um adolescente desajeitado e nada popular, até o dia em que é picado por uma aranha e adquire super poderes como força, agilidade e passa a grudar nas paredes e soltar teias que lhe permitem ser um Tarzan na grande metrópole em que vive.

Um dia fomos tocados por Jesus e a partir de então o poder do Espírito Santo começa a habitar em nós e Deus nos chama para manifestar esse poder na sociedade, para benefício daqueles que vivem a nossa volta.

O Homem-Aranha nos traz alguns contrastes dos heróis do cinema. Ele não era exatamente um super-herói, não desejava ser invencível e não estava imune ao sofrimento.

Isso me faz lembrar Jeremias. Quando do seu chamado ele não desejou ser um super-herói (Jr 1.4-10), se sentiu totalmente incapaz para cumprir sua missão e sofreu demasiadamente quando confrontado pela situação atual do povo ao qual ele foi levantado como profeta (Jr 12.3-4).

Parker era alguém que desejava acertar, cumprir com suas responsabilidades mesmo sabendo que não há um prêmio para isso, mesmo ciente de que muitos ao seu redor irão desistir.

Tem uma frase que diz: “Desistir é uma solução permanente para um problema temporário

Você já reparou que mediante o mínimo erro ou reprovação pessoal nos é proposto uma batalha com um dos guerreiros mais poderosos o “sentimento de desistência”? O escritor de Hebreus registra o espírito esportista que temos que nos firmar nestes tempos:

Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus” Hb 12.1-2

Outro aspecto interessante deste moçinho é que ele é um herói que erra, mas se arrepende, um herói que precisa de ajuda até para vencer a si mesmo.

Davi também manifestou essas características. Com uma personalidade melancólica, se tornou um exímio lutador com a espada e um apaixonado adorador com a harpa e mesmo com toda sua qualificação prematura, mediante o confronto do profeta Natã (2Sm 12.1-7) se arrependeu de seu pecado com Bate-Seba e como registro destes sentimentos nos deixou um dos salmos mais lindo das escrituras.

“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável” Sl51.10

Peter Parker só passa a ser um herói efetivamente no dia em que descobre os seus poderes e neles a essência de seu propósito de vida: ajudar as pessoas. Creio que nossa essência está totalmente ligada a manifestação daquilo que nascemos para ser e com certeza isso inclui o próximo.

Identifico as mesmas verdades nas palavras de Jesus “Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” Gl 5.14

Marcou-me muito uma cena, no começo do primeiro filme, seu tio, que o criara desde a infância está prestes a morrer e sabe de seus super poderes e em suas últimas palavras ele diz ao sobrinho “Quanto maior o poder, maior a responsabilidade”.

Jesus deixou isso muito claro quando da parábola dos talentos (Mt 25.14-30). Todo dom que nos é confiado está associado a um retorno ao qual nos será cobrado.

Como já dizia um pastor “é como termina é que se conta” o jovem assume sua identidade heróica, torna-se o Homem Aranha e passa a ajudar Nova York no combate ao crime, nas injustiças sociais e mazelas da sociedade.

Desejo que você descubra quem você é e seja de propósito, manifestando o poder de Deus nesta sociedade carente de super heróis!

Euforicamente;

David Júnio



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