segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A Benção de Não Possuirmos Nada

2Co 6.10 “entristecidos mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo”

Antes de o Senhor Deus criar o homem sobre a face da terra, primeiramente preparou tudo para ele, criando inúmeras coisas úteis e agradáveis para seu sustento e deleite. Foram feitas para serem utilizadas pelo homem e deviam sempre ser exteriores a ele. Isso porque no mais profundo do seu coração, havia um santuário que somente Deus era digno de ocupar. Dentro do homem achava-se Deus, e fora, milhares de dons que o Senhor derramara sobre ele, como chuva.

O pecado, entretanto, trouxe complicações e transformou esses dons de Deus em potenciais de ruína para a alma. As “coisas” dentro do coração do homem passaram a imperar. A natureza deste coração agora se torna cheia das palavras “possuir” e “possuir”. Os pronomes “meus” e “minhas” parecem perfeitamente inocentes quando impressos no papel, mas o fato é que as coisas se tornaram necessárias para nós de um modo que jamais foi a intenção de Deus.

Isso me fez lembrar-se de Abraão, homem já idoso quando o filho da promessa “Isaque” nasceu (Gn 21.1-2). Na verdade já tinha idade suficiente para ser seu avô e o menino imediatamente se tornou um deleite e um ídolo para seu velho pai. Desde o primeiro instante em que se curvou para tomar aquele corpo pequenino e frágil em seus braços desajeitados, tornou-se escravo do amor intenso que dedicava ao filho. Esse sentimento foi se desenvolvendo e quando se aproximou da fronteira de terreno espiritualmente perigoso, Deus interferiu a fim de salvar tanto o pai como o filho das conseqüências de um amor idólatra!

Em Gn 22.2 relata o teste, a prova de Abraão. O escritor sagrado poupa-nos de detalhes, mas dá para imaginarmos o sofrimento e angústia daquele pai que agora está sendo direcionado por Deus a oferecer seu filho, seu único filho como sacrifício! Deus havia lhe prometido ser pai de descendências e esse pedido de Deus não era nada coerente com toda uma vida de devoção e renúncia. Essa foi à prova de fogo de Abraão, mas ele não caiu ao enfrentar essa aflição!

O teste continuava e Deus permitiu que aquele homem sofrido prosseguisse com o plano até o ponto em que provou que não retrocederia mais (Hb 10.39) e aí então, o impediu de tocar em teu filho. E Deus disse: “Chega Abraão”. Creio que na realidade Deus nunca tencionou que Abraão realmente sacrificasse seu filho, Ele queria apenas removê-lo do santuário do seu coração para que pudesse reinar ali sem rivais! Desejava corrigir a distorção de seu afeto.

Abraão agora era uma pessoa totalmente rendida ao Senhor, perfeitamente obediente (Hb 5.8) um homem que nada possuía além de Deus. Deus poderia ter começado a operar na vida deste homem da periferia para o coração, mas preferiu ir direto ao ponto, fazendo toda a obra em um único golpe súbito de separação. Agindo assim poupou tempo e recurso. Após essa experiência amarga, mas abençoada, penso que as palavras “meu” e “minhas” jamais tiveram o mesmo sentido para Abraão!

Parece que esta lição inspirou outros homens de Deus durante a sua caminhada com Cristo.

Paulo também nos inspira quando demonstra em palavras que realmente nada possuía e o que mais importava era viver a vida para o Senhor (At 20.24, Gl 2.20, Rm 14.8, Fp 1.21)

“É duvidoso que Deus use um homem tremendamente, sem antes não o feri-lo profundamente” A. W Tozer

Se estamos resolvidos a andar com Deus, mais cedo ou mais tarde ele nos submeterá a um teste e se esse fosse hoje?

Nunca se esqueça:“porque onde está o seu tesouro, aí estará também seu coração”Mt 6.21.

NEle sempre

David Júnio

Um comentário:

  1. SE LANÇAR EM DEUS É MARAVILHOSO E ASSUSTADOR, POIS PERDEMOS TUDO E GANHAMOS TUDO !!! SER CRISTÃO É ISSO AÍ !!! PROSSIGAMOS PRA NOS APERFEICOARMOS NELE!!!

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