Lc 22.15-22 “Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”
Nestes poucos versículos encontramos uma das armadilhas mais bem arquitetadas contra Jesus, nos dias de hoje poderíamos considerar quase um “golpe de mestre”. Aqui os fariseus envia seus discípulos juntamente com os herodianos que formavam um partido político judaico que favorecia a continuação da dinastia de Herodes, embora eles e os fariseus fossem inimigos naturais, as duas partes se uniam em oposição comum contra Jesus.
Ou seja, diante de uma ameaça maior, fariseus e herodianos se unem numa cilada bem argumentada contra Jesus. Os maus se juntam no ataque ao Sumo Bem. Se a resposta de Jesus fosse “Não”, os herodianos o denunciariam ao governador romano, que teria o direito de executá-lo por traição. Se respondesse “Sim”, então os fariseus o denunciariam diante do povo judeu, por deslealdade a Israel e ao judaísmo.
O dinheiro usado no império romano para pagar os impostos chamava-se “denário”. Uma moeda romana, cujo valor correspondia a um dia de trabalho braçal. Esta moeda trazia em um dos lados, o retrato do imperador e do outro a inscrição em latim “Tibério César Augusto”. Todos os governos deste mundo, em todas as épocas, vivem de tributos recolhidos do povo. Foi Deus quem deu a césar poder e autoridade (Rm 13.1-7).
Então Jesus em meio a esta complicada situação deixa todos atônitos diante de sua devoção ao Pai, sabedoria, simplicidade e coerência. Entretanto o governo espiritual tem sua moeda própria e eterna: fé, amor, bondade, compaixão, misericórdia (Lc 20.20-25,Gl 5.22-26). O Reino de Deus não é deste mundo. Seu estilo de vida é espiritual e visa o benefício de todos os seres e não a exploração do homem pelo homem.
Jesus reconheceu a distinção entre as responsabilidades políticas e espirituais. Ao governo devemos impostos e obediência, política justa. No tributo às autoridades civis, apenas retribuímos parte daquilo que oferecem. Para Deus, devemos nossa adoração, louvor, gratidão, obediência, serviço e a dedicação de todo nosso ser.
Interessante que a palavra “daí” no original é “apodidomi” que significa realizar o dever de alguém para com outra pessoa, dar o que é devido, devolver, recompensar, restaurar.
Realizar o dever de alguém: isso me lança imediatamente para Tg 1.27 “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e si mesmo guardar das contaminações do mundo”.
Dar o que é devido: essa expressão me faz lembrar uma frase “Palavras sozinhas são insuficientes, mas ações concretas credibilizam”
Restaurar: nos últimos tempos, muito tem se falado sobre restauração, atingindo vários seguimentos da nossa sociedade, mas esta palavra aponta para um ato que demonstra que um coração está sendo restaurado nos seus valores e sinceramente entendo que o verdadeiro processo transformador na vida de uma pessoa passa também pela área financeira no que tange a sua liberalidade e disponibilidade ao Reino de Deus!
O cheque-mate: Jesus pega a moeda e pergunta de quem é aquela imagem e ali aponta para o princípio de governo e lealdade. Mas hoje se pegarmos todas as notas da nossa moeda o “Real” tem uma expressão: DEUS SEJA LOUVADO.
Creio que nós, cidadãos dos céus, também lhe devemos LOUVOR E LEALDADE nos nossos investimentos sinceros.
NEle sempre
David Júnio
Nenhum comentário:
Postar um comentário