segunda-feira, 14 de março de 2011

Removendo Máscaras

Quem não já ouviu o dito popular que diz: “Quem vê cara não vê coração”.

Muitas pessoas usaram máscaras para se esconder nestes dias e outras aproveitaram a deixa e tiraram as que possuem para mostrar seu interior.

O fato é que todos nós usamos máscaras, se dissermos que nunca usamos podemos estar trajando uma agora, a máscara da mentira.

Mas isso pode nos trazer um problema grave, as pessoas podem nos aceitar, nos agradar e até nos amar não por quem realmente somos, mas por quem aparentamos ser.

Definitivamente usar máscaras não é seguro, pois elas podem cair em horas mais impróprias e não foram poucos os homens que caíram nesta conduta.

Em Êxodo 34 relata que Deus comissionou Moisés a subir o Sinai, e ali restabeleceu a aliança e após uma proximidade com a Glória de Deus, Moisés teve que tapar o rosto com um véu, para assim se comunicar com o povo, pois sua face resplandecia (v.30)

Mas olha o que o apóstolo Paulo registra na sua carta aos Coríntios:

“E não somos como Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia” 2Co 3.13

Moisés usou a máscara da Religiosidade, pois com o passar do tempo à glória se foi e ele escondeu das pessoas, pois queria impressionar, queria mostrar o que ele não era.

Aquele homem ousado que enfrentou Faraó e as divindades do Egito, que esticou o cajado e o mar se abriu, agora tinha se rendido a uma vida de falsidade.

Tem uma frase que diz que quanto mais me aproximo da religião vejo o quanto sou santo, quanto mais me aproximo de Deus vejo o quanto sou pecador.

Devemos ter total consciência da nossa posição em Deus e não podemos tolerar um posicionamento falso.

A segunda máscara que gostaríamos de registrar é da Autoconfiança.

Após a ceia, Jesus está conversando com os discípulos e quando é abordado o assunto do escândalo da cruz, Pedro profere uma perigosa sentença:

Disse-lhe Pedro: Ainda que todos se escandalizem, eu, jamais! ”Mc 14.29

Pedro se considerava melhor do que os demais e confiava excessivamente em suas virtudes individuais!

No v.31 ele é munido de mais veemência (intensidade, vigor, eloquência)Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei”.

Todos nós sabemos o resultado disso. Jesus é preso e quando estava perante o Sinédrio, Pedro o segue de longe, vendo seu mestre levar cusparadas e murros no rosto. Quando se assentou fora do pátio, aproximou-se uma criada afirmando sua proximidade com aquele réu e após o cantarolar mais marcante da história, ele o nega por três vezes. (Mt 26. 47-75)

Pra mim a máscara de Pedro caiu quando os olhos de Jesus e seus olhos se cruzaram nesta fatídica noite, gerando marcas psicológicas terríveis e um choro amargo!

O homem corajoso, ousado, valente estava agora sendo trucidado por suas próprias palavras. Pedro não se conhecia, pois tentava ser quem ele não era.

A terceira máscara é a da Soberba.

Em 2Rs 5.1-14 conta a história de um general muito conceituado na Síria, herói de guerra que possuía uma doença oculta, ou melhor a pior doença diagnostica até aquela época.

Após a informação de uma sábia judia sobre a eficácia de um profeta, este homem parte em viagem carregada de talentos de prata, muito ouro e vestes festivais (v.5).

Quando localizado o profeta se sentiu menosprezado pela recepção e depois de um convencimento por parte dos seus oficiais, resolveu cumprir o que tinha lhe dito o homem de Deus.

A bíblia diz no v.14 que ele desceu e mergulhou nas águas do Jordão.

Na minha cabeça a cena se estende muito mais. Imagino aquele homem de armadura belíssima, cheia de condecorações e medalhas, tirando toda sua máscara e revelando sua fragilidade para um exército inteiro.

Deus só operou após ele expor sua vergonha. Talvez para nos curar Ele quer tirar nossas máscaras.

Deus firma os passos do homem, mas firma também as suas paradas, Ele sabe a esquina sem saída para nos pegar.

Definitivamente Deus não se impressiona com o que impressiona os homens. Palavras, elogios, aplausos, nosso mundo de faz de conta, nada disso o convence, pois Ele sabe quando estamos vivendo uma vida dupla, uma vida de verniz, de cascas, de aparências.

Que possamos refletir sobre nossa religiosidade, nossa autoconfiança excessiva e nossa soberba nestes dias e lutarmos por um cristianismo puro e simples a partir de nós.

Em dias de pós-carnaval, deixo uma pergunta: Se você fosse preso hoje por ser um cristão, haveria provas suficientes para condená-lo?

Em amor;

David Júnio

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