quinta-feira, 24 de março de 2011

Ai dos pastores

(breve abordagem do capítulo 34 de Ezequiel)

Acho que vale a pena iniciar esta breve anotação relatando a biografia do Autor do livro.

O autor, cujo nome significa “Deus Fortalece” é identificado como “Ezequiel”, filho de Buzi, o sacerdote (1.3). Ele era provavelmente um membro da família sacerdotal dos Zadoqueus, que se tornaram importantes durante as reformas de Josias. Ele foi preparado para sacerdócio durante o reinado de Joaquim e foi deportado para a Babilônia.

O cenário a partir do capítulo 33 até o final do livro esboça Profecias de Restauração e o capítulo foco do nosso estudo mostra Deus como nosso Pastor.

O rei, profeta e o sacerdote como pastor representaram uma imagem antiga que data de mais de 1000 anos antes de Ezequiel. O rei tinha a responsabilidade de fornecer alimento e água para o seu rebanho, destruir aqueles que fizessem mal a eles e defender o direito dos mais fracos (viúva, o órfão e o estrangeiro).

Os reis de Israel haviam falhado, ao invés de alimentar o rebanho, eles apascentavam a si mesmos (v.2) se vestindo da lã (v.3) e como resultado da negligência, as ovelhas foram espalhadas (vs. 5-6).

A promessa é que Deus irá intervir e juntar as ovelhas espalhadas como o Bom Pastor (v.11-16) e irá julgar a ovelha que fizer algo errado (vs. 17-22) e finalmente fará uma aliança de paz com eles; eles serão seu povo e ele será seu Deus (vs.25-31).

Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seio; as que amamentam ele guiará mansamente.” Is 40.31

“Ouvi a palavra do SENHOR, ó nações, e anunciai nas terras longínquas do mar, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho”. Jr 31.10

Vivemos dias de profunda e constante validação do ofício pastoral. Com o sistema atual da igreja baseado em proporções numéricas, a valorização da teologia da prosperidade, e sustentado por filosofias vãs humanísticas, vemos a cada dia pastores que trabalham em nome de Deus, mas visam seus próprios interesses onde a atenção às pessoas é interesseira e medida pelo retorno e benefício do “seu ministério”. Toda essa negligência tem sido responsável por um tsunami nas comunidades, que após o baixar das águas o cenário é de esfriamento, desvios desmedidos e morte espiritual.

Quero aproveitar para testificar a promessa do final do capítulo, cujo relata o serviço de um Bom Pastor e que haveria “bons pastores”.

Felizmente fui alcançado por um bom pastor, aquele que ensina, exorta, cuida, alinha e ama principalmente. Todo o cuidado demonstrado me remete a Jesus e seus ensinamentos; aprendo com cada atitude e sem sombra de dúvidas, quero ser fiel no caminhar e no serviço ao Reino de Deus ao lado dele por muitos anos. Sinto-me privilegiado e inundado com uma personificação do “Bom Pastor” ao meu lado. Soli Deo Gloria!

Gostaria de concluir com uma breve reflexão na parábola da ovelha perdida, proposta pelo nosso Mestre:

“Então, lhes propôs Jesus esta parábola: Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” Lc 15.3-7

Diz uma história que para ser considerado um pastor de ovelhas naquela época, o rebanho deveria ser de no mínimo 100 ovelhas. Quando se atingia este número eram disponibilizados benefícios ao pastor quanto ao cultivo do pasto e alimentação dos seus animais.

Quando estes trabalhadores perdiam uma ovelha colocava em risco todo o grupo, tornando-se vital a recuperação do animal extraviado.

Quero utilizar esta pequena história para ressaltar a importância de cada pessoa a qual nos foi confiada. Devemos ter o temor que todo suprimento, toda ferramenta vem de Deus e podemos colocar em risco a saúde de todo o grupo se perdermos uma pessoa.

“Deus usa aquilo que fazemos para autenticar a verdade que sai dos nossos lábios”

Com temor;

David Júnio

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