segunda-feira, 21 de junho de 2010

Tricotomia Assistida

E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” 1Te 5:23

O ser humano essencialmente é formado por três partes, somos um espírito, possuímos uma alma e habitamos em um corpo. O fato é que temos sido tentados a negligenciar alguma destas partes, no ambiente eclesiástico vemos pessoas que só se preocupam com o espírito, e tudo que acontece responsabiliza as influências espirituais. Outro extremo são pessoas que cuidam da saúde, do corpo, vestem belas roupas, mas ao nos aproximar identificamos doenças na alma que nem a melhor maquiagem do mercado consegue esconder.

Lamentavelmente, muitas pessoas estão doentes em seu interior e o curso natural de suas ações é “se sou ferido, logo vou ferir também”. A doença da alma, quando não é tratada, contamina outros ao redor e normalmente essas pessoas são muito críticas, pessimista, nada está bom, tendentes a sempre ver, pensar e sentir o pior; pede conselhos, mas nunca colocam em prática, são pessoas desconfiadas, inseguras, fisicamente estão bem e desfrutam de ótima saúde, mas estão doentes por dentro.

Isso me faz lembrar de Jacó, menino que quando do seu nascimento (Gn 25.23-26) recebeu um batismo, uma sentença a respeito do seu nome “enganador, usurpador, desonesto”!

Como poderiam determinar o fato de um bebê nascer com uma das mãos coladas no calcanhar do irmão era suficiente para lhe atribuir tais adjetivos?
Como naquela época o nome indicava muito da essência proposta para as pessoas, este menino cresceu ouvindo estas declarações, exposto a todo tipo de pré-conceito e isso foi gerando marcas e mágoas na sua personalidade, ferindo sua alma e gerando legalidades para atuações condizentes com tais palavras.

Vemos sinais de uma mentalidade pervertida no incidente do “prato de lentilhas” ao qual Jacó propôs uma troca ao ver seu irmão morto de fome (Gn 25.31-34) e também quando da benção de seu pai Isaque ao primogênito (Gn 27.1-29) que por conselhos de sua mãe vestiu uma roupa e cozinhou a fim de enganar seu pai e usurpar o lugar do irmão.

Jacó não nasceu Jacó “enganador, usurpador, desonesto”, mas foi se tornando Jacó. Quero trazer a responsabilidade das nossas declarações, pois satanás aproveita as palavras que saem de nossa boca, acrescenta feridas na alma e corrompe o caráter de pessoas. O que tem saído de sua boca com relação às pessoas a sua volta?

Mas Deus sabia exatamente o ponto fraco de Jacó. Após esses incidentes ele foge, se casa com Léia e Raquel e ao caminhar pelo vale de Jaboque lhe aparece um “homem” o qual lutaram por toda a noite. Jacó insistiu mesmo depois de ter sua coxa ferida, não largou o “homem” declarando que só o deixaria ir após receber a benção (Gn 32.26).

Ao reconhecer todo o esforço de Jacó, o “homem” lhe faz uma pergunta:

Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? (Gn 32.27)

Jacó não estava preparado para esta pergunta, mas Deus sabia que era o ponto principal e desencadeador de suas más condutas. Naquele momento um filme pode ter passado na cabeça deste menino que cresceu tendo a sua alma machucada e mediante a sua confissão (meu nome é Jacó) foi proposto uma restauração que traria cura total ao seu interior:

“Então disse: Já não te chamarás Jacó e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste” Gn 32.28

Seu nome foi alterado de “enganador, usurpador, desonesto” para Israel que significa “Príncipe de Deus” e outra definição que achei maravilhosa foi “Aquele que reina com Deus”.

Incentivo a você a sondar seu interior, veja se há feridas na sua alma, não descarte nem trate superficialmente as marcas que palavras, definições ou padrões lhes causaram durante sua vida, pois creio que Deus está interessado em nos assistir não só nosso espírito e corpo, mas também em nossa alma!

No amor do Pai;

David Júnio



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