Há algum tempo tenho pensado sobre a cooperação e a profissão ou profissionalismo, este último pode ser definido como comportamento correto do profissional. Ao pesquisar no dicionário Aurélio as palavras profissional e cooperação, me chamou a atenção algumas definições: por profissional pode-se entender uma pessoa que exerce uma atividade por ofício. Por cooperação ou cooperar temos uma pessoa que trabalha em comum, que participa, ajuda, entre outras definições. Vale salientar outras palavras dentro destas definições como ofício que é definida por uma ocupação permanente de ordem intelectual, uma incumbência, uma missão; e intelectual que é definida como uma pessoa que tem gosto predominante ou inclinação pelas coisas do espírito, da inteligência, que possui dote do espírito; por último dote significa atribuir algum dom, ter um dom natural.
A partir de um bom tempo atrás o mercado tem determinado a profissão de muitos de nós, atribuindo a estas escolhas alguns benefícios superficiais e temporários no qual podemos chamar também de ilusórios. Várias pesquisas têm surgido para diagnosticar porque as pessoas tem sentido e sofrido tantas frustrações, medo, problemas de saúde, entre outros. Quando fazemos escolhas erradas, sofremos, quando fazemos escolhas certas, nos alegramos e isto se torna duradouro e também possivelmente permanente. A partir deste pressuposto outra palavra ganha destaque, a ambição. Quando fazemos a escolha pelo que o mercado determina é provável que a ambição esteja voltada a conquista de coisas materiais, coisas que possivelmente poderão ter um fim em curto prazo, tendo em vista os malefícios descritos acima por esta escolha.
Contrapondo, nossa inteligência, nossa intelectualidade individual não é determinada pelo mercado, é algo interior, constituído por um dom natural, por um desejo ardente e permanente dentro de nosso ser material que somente será suprido através de seu cumprimento, temos então uma missão. A palavra de Deus relata em 1 Coríntios 2:9: “mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. Prosseguindo aos versos posteriores vemos que o Espírito de Deus nos revela aquilo que não sabemos ainda. Somente nós sabemos o que sentimos individualmente e o que pelo Espírito de Deus nos revelou. O que quero dizer é que se nosso ofício vem de uma ordem intelectual e nossa intelectualidade tem gosto predominante ou inclinação as coisas do espírito, logo, têm que conferir coisas espirituais com espirituais para que recebamos o que vem do Espírito de Deus e conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Em Romanos 12:2 diz: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Ao que está sendo proposto, não nos conformar com este século está relacionado a não deixar que o mercado dite nossa profissão, não trabalhamos para o mercado e sim desenvolvemos nosso ofício em cumprimento a nossa missão. O que estava intrínseco em Daniel, José, Paulo, Tiago entre outros não mudava com o tempo, ou com o mercado, mas se aperfeiçoava na medida em que recebiam do Espírito de Deus. Renovar nossa mente diariamente significa não olhar para o instantâneo, rápido e material, mas sim ao que nos é revelado e desconhecido. O desenvolvimento de nossos ofícios nos dará como meio, remuneração financeira, falta de privações e recursos quaisquer que sejam, mas o fim é o cumprimento, ou seja, a cooperação para o estabelecimento do Reino. “Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós” (1Coríntios 3:9), somos um terreno sendo preparado, um resultado de um conjunto de planos que nos esta sendo revelado a medida que o auxiliamos.
Priscilla Ribeiro de Souza
Administradora e funcionária pública