quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sobre as águas

“aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” 1Jo 2.6

Durante todo o tempo que Jesus esteve com os discípulos Ele tentava acrescer o nível de fé deles, das maiores dificuldades vinham os maiores ensinos.

Pensando nisso, veio ao meu coração Mateus 14.22-33 onde temos o maravilhoso relato de Jesus andando sobre as águas. Mas este texto reluz mais como um exercício de fé do que propriamente como uma manifestação da glória do Senhor.

Logo no v.22 o texto diz “compeliu Jesus os discípulos a embarcar e passar adiante”. O panorama é: Jesus tinha realizado um milagre extraordinário “multiplicação dos pães” alimentando 5.000 pessoas fora criança e mulheres e em seguida traz esse direcionamento para os seus “escolhidos”.

Interessante que no v.23 diz que ele ficou só, muitos estádios do barco o qual era atingido por ondas e por ventos contrários.

Parece que em alguns momentos Deus nos compele a atravessar certas situações na vida que não entendemos. Gritamos e clamamos, mas parece que Ele não está no barco e será que alguém se identifica com este termo “vento contrário”?

Um estádio era +/- 185m, porque às vezes gritamos e Deus parece estar tão longe de nós?

v.25 Na “Quarta vigília” entre 3 e 6 da manhã Jesus foi estar com eles. Você já parou para pensar em quanto tempo estes homens foram expostos ao perigo de morte, a aflição, ao descrédito de viver, sendo que o Senhor estava se consagrando e vendo tudo, calculando até onde poderia ir a altura das ondas?Em seguida Jesus vem andando sobre as águas e estes homens gritam “é fantasma”...

Lendas e superstições entre a população judaica afirmavam que a visão de um fantasma perambulando durante a noite era sinal de grande desgraça. Somado ao medo natural que os judeus tinham do mar é certo que ficaram atemorizados.

Em meio a situações difíceis temos que ter cuidado para não imaginarmos coisas, pensamentos que vem para nos confundir e tirar o nosso foco, trazendo desespero!

v.27 Jesus agora manifesta um conjunto de palavras que intrigam meio mundo “tende bom ânimo” no original diz “tenham coragem”.

A proximidade do Senhor lança fora todo temor, destrói o mal e enche a alma de paz, alegria e vontade renovada de viver.

Entre aqueles doze homens tinha um que entendeu estas palavras e viu nelas a possibilidade de ter sua fé acrescida, era a chance de conhecer o poder de Jesus ainda mais de perto, e não agüentando conter gritou “se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas”.

Em meio à alegria de ter visto sucesso na empreitada o Senhor libera uma pequena palavra “Vem”.

Esta palavra de três sílabas pode mudar um destino, um futuro, uma vida e não foi diferente com Pedro. As substâncias da água tiveram que ser alteradas para ele poder pisar e não afundar.

Qual é o tipo de solo que o Senhor tem te chamado para pisar? O que tem sido racionalmente difícil demais pra você?

Pedro não se curvou diante da tarefa, ele se lançou para realizá-la. Não ficou imaginando e medindo as possibilidades de sucesso – Ele se lançou! Se Deus te der uma palavra, se lance NELE (Atos 17.28).

v.30-31) Enquanto Pedro olhou para Jesus ele surfou sem prancha, só que em determinado momento ele tirou os olhos do Senhor e reparou a força do vento!

Sabe o que percebo com isso, o vento sempre vai estar a nossa volta, a diferença é se você estará focado NELE, olhando firmemente para a palavra que Ele te deu ou reparando nas dificuldades que nos rodeiam (Hebreus 12.1).

Pedro fracassou porque tentou! Sua falha não foi a de nunca ter tentado.

Tem uma frase que gosto muito que diz: “Ninguém pode prever o quanto você pode voar, sem mesmo você, até você abrir as asas”!

V.32) Jesus não carregou Pedro, quando Ele o tocou, imediatamente ele parou de afundar e os dois caminharam juntos para o barco. Pedro fracassou em meio à caminhada talvez por calcular em algum momento as chances naturais, mas agora de mãos dadas com o Senhor a convicção tinha voltado e a leveza de seus passos sobre as águas anunciavam um novo nível no relacionamento dos dois.

v.33) E os que estavam no barco: Sempre na vida terão os dois grupos, os dois públicos, as duas histórias.

De um lado vão ficar os que olham, observam e não fazem nada, não crescem não se desenvolvem em Deus, é chamado a “turma do barco” (esse é o primeiro grupo).

Do outro lado estão aqueles que se interessa por esse discipulado aventureiro, que olham para as dificuldades e encaram e tendo uma palavra de Deus, pulam e se lançam no invisível!

Talvez Deus tenha te convidado a andar sobre as águas, mas as ondas estão muito furiosas contra o barco da sua vida, o vento está muito forte e os sentimentos de fracasso estão te rondando, mas nunca se esqueça que o que te chamou para fora do barco é o dono do mar, dono do céu, dono da terra e não há situação que Ele não tenha o controle e domínio.

Fico imaginando a mente deste homem ao pisar no barco, qual deve ter sido os primeiros pensamentos após ter flutuado sobre o tão temível mar da Galiléia.Tudo isso por ter obedecido a uma proposta de crescimento comunicada com um simples “VEM”.

Tenha coragem e ande sobre as águas!

NEle sempre

David Júnio



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