quarta-feira, 24 de março de 2010

A metamorfose Humana

João 3.3 “A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”.

Existe muita diferença em ouvir falar de alguém e conhecer alguém pessoalmente. A bem da verdade, o ouvir falar faz com que montamos um cenário, um conjunto de personalidades, um estereótipo que pode ou não ser o que de fato é e isso gera sensações das mais diversas quando do conhecer de fato!

No evangelho de João aqui no capítulo 3 tem a história de um homem muito peculiar, Nicodemos, fariseu e membro do concílio de líderes judaicos a qual Jesus o chama de mestre em Israel (Jo 3.10). Este foi ter com Jesus “a noite”, em segredo, para conversar a sós, temendo a sua reputação e posição a qual demonstrava incertezas sobre ser Ele o próprio Messias.

Certamente Nicodemos já havia ouvido falar de Jesus ao ir te encontrar, o que não esperava era as palavras que o receberam. Jesus ao bater os olhos nele disse “que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.

Esta palavra no grego significa nascer do alto” ou “de cima”. Aquele homem sábio ficou embaralhado com a afirmação de Jesus e a entendeu em 1ª sentido, sendo que Jesus tinha ambos os significados em mente. Mas será que a nossa sabedoria alcança o que é “nascer de novo”?

Existe um inseto que nos impulsiona a ver esta realidade de nascer de novo bem na prática, a borboleta! Basicamente ela se desenvolve por metamorfose que se caracteriza por 4 fases: Ovo, larva ou lagarta, crisálida e adulto e algumas das suas característica se encaixam perfeitamente com a nossa realidade.

Veja as características do período de lagarta são:

Animal que rasteja (Gn 3.14) – nossa natureza caída, após pecado. Alimenta-se das coisas da terra (Ef 2.2-3)- típico da nossa mentalidade carnal. Não há beleza - Jesus quando assumiu nossa natureza (Is 53.1-2) se vestiu da mesma característica. Tem limitação geográfica. Tem uma natureza terrestre. Não revela a essência a qual foi gerada desde seu nascimento - nasceu para ser borboleta, mas assume um estágio sofredor. É indefesa. Observe que todos esses adjetivos se agregam perfeitamente a nossa natureza carnal e caída!

Características do período de larva ou crisálida:

Para haver esta estranha transformação da horrível lagarta na bela borboleta é necessária PARAR . Existe uma frase que diz que “Deus firma os passos do homem, mas firma também as suas paradas” (Jó 42.5).

No Aurélio esta fase recebe o nome de metamorfose e significa: mudança de um ser dentro de outro, mudança notável no caráter de uma pessoa, mudança forma.

Duas certezas são explícitas: A lagarta vai ter que morrer para nascer a borboleta - não tem como ser mais ou menos (Gl 2.20). Esta fase passa pelo casulo e isto fala de casa, lugar de conforto - Chega um tempo no processo de transformação que Deus começa a nos trazer desconforto, dores marcam as rupturas do casulo, sofrimento esse que é anestesiado pelo sonho de revelar o ser que realmente nascemos para ser (Rm 8.18-19).

O problema de Nicodemos é que ele não tinha se reconhecido nem como lagarta motivo pelo qual não podia experimentar esta transformação? (Jo 3.12).

Enfim nasce a borboleta e observe as suas características e veja como nos são próprias.

A natureza terrena é substituída pela natureza dos céus (Ef 2.4-6). Senso de liberdade toma o mais profundo do seu ser (Jo 8.32 e Jo 8.36). Não tem limitação geográfica (Mc 16.15). Não são padronizadas “várias cores” (Rm 12.4-8, Ef 4.8-12). É de extrema beleza, mas não se acha (Rm 12.3). É conduzida pelo vento (Jo 3.8). Se move nos céus (At 17.28). A essência do seu ser está ligada a sua natureza transformada.

Enfim, um processo maravilhoso da natureza acontece. Um inseto horrível e que possui várias características desfavoráveis dá lugar a um ser belo e que expressa a beleza da criação. Fato interessante é o prazo mínimo deste processo, de 30 dias e o nº 3 significa mudança total de estado ou posição. (Gn 22.4, Ressurreição de Jesus, alguém que passa de vida para a morte).

Veja outras características: Não há nada na borboleta que mostre que um dia ela foi lagarta (2Co 5.17, Fp 3.13). Não tem como voltar atrás (Hb 10.39), quando nos prontificamos a ser transformados por Deus é um caminho sem volta.

A borboleta é a única espécie capaz de atravessar cidades, conquistar países e até continentes. Afinal a ordem para nós não foi essa “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra (At 1.8)”. Sem mera coincidência Nicodemos significa “Conquistador do povo”!

O fato é que “o nascer de novo” está ligado a uma transformação radical, dolorosa e “terrível” a qual somos expostos quando aceitamos este nível de relacionamento com Deus.

Nicodemos veio a Jesus na calada da noite, em trevas de entendimento e Jesus é esta luz que dissipa toda e qualquer escuridão da mente (Jo 8.12).

Deixe Jesus iluminar a sua vida e transformar você!

Nele sempre

David Júnio



sexta-feira, 5 de março de 2010

A Pressão que gera a Unção

Mt 14.32 “Então, foram a um lugar chamado Getsêmani; ali chegados, disse Jesus a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou orar”.

Jesus escolheu um belo jardim, com pomar, situado na encosta inferior do monte das Oliveiras. Um dos locais preferidos por Jesus para oração e meditação.

A palavra Getsêmani é uma junção de duas palavras, a primeira delas é “GET” que significa “Prensa” ou “pressão”. Em todas as quintas de oliveiras existe um lagar onde uma prensa de pedra é colocada sobre as azeitonas e o óleo é extraído delas.

Interessante que “prensa” é a palavra que serve de raiz as palavras “pressão” e “stress”. Todos nós encontramos tremendas pressões na vida que vem para nos desesperar, fazer desistir ou mesmo matar os planos Dele em nós. Devemos ter cuidado, pois há momentos que as pressões passam das nossas forças (1Co2.8).

A segunda palavra é “SEMANI” que significa “óleo, perfume, unção, frutificação, capacitação”.

Onde há o “GET” há também o “SEMANI”. Quanto mais se espremiam as azeitonas, mais óleo se escorria delas.

Às vezes evitamos o quebrantamento, gritamos para sair da “prensa”, queremos alcançar o nível seguinte em Deus de várias formas, através do conhecimento, estratégias e com o nosso famoso “jeitinho”. Contudo Deus quer nos espremer para retirar o nosso “óleo” a nossa unção.

Jesus no ápice da prensa disse no v.36 “Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice,” nesta primeira expressão Jesus está olhando para a cruz e vendo todo o seu martírio em nosso favor, vislumbrava a via dolorosa, o peso da madeira em suas costas, a coroa de espinhos atravessando seu crânio e as chagas em todo seu corpo e como resultado desta combustão de sentimentos, sua carne grita por resguardo, por refrigério.

Mas Jesus olha para o outro lado e novas imagens começam a brotar; gerações e gerações já tinham se passado até aquele dia e no coração delas ainda clamava por um salvador, aquele que redimiria a raça humana do pecado e geraria o acesso ao “Abba Pai”. Como se não bastasse, Jesus começa a contemplar todas as gerações futuras que dependiam desta decisão, dependiam deste momento, Ele começa a ver a imagem do nosso rosto e a sua e dos nossos filhos e dos nossos netos e quase que como um extravasar do seu espírito declara “contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres”.

Os Céus a terra e o inferno pararam nestes segundos aguardando esta decisão. Enfim o fruto tinha sido espremido e Dele fluiu o “óleo” a unção necessária para nossa salvação, a redenção e capacitação para caminharmos pelo Novo e Vivo caminho (Hb 10.19) e para servir a um Deus Vivo e Verdadeiro (1Ts 1.9).

Que aceitemos a prensa e que flua o óleo de dentro de nós!

NEle sempre

David Júnio



segunda-feira, 1 de março de 2010

Quatro pilares da vida de um homem

Jó 1.19 “eis que se levantou grande vento do lado do deserto e deu nos quatro cantos da casa”.

Natural de Uz, considerado homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal (Jó 1.1) Jó era um homem de importância e famoso na sua região. De repente, em um só dia foi esmagado por várias calamidades. Sua triste sorte se espalhou rapidamente e se tornou conhecida por vários lugares. Este relato real lida com o problema do sofrimento e mesmo nos dias de hoje gera vários questionamentos “Se Deus é justo, porque as pessoas sofrem?”

O fato é que quatro pilares da vida de Jó foram afetados, quais são estes e o que podemos aprender com isso?

O 1º pilar foi a área financeira (Jó 1.13-17). Deus autorizou que satanás tocasse nos bens de Jó, levando toda riqueza. Na verdade o nosso dinheiro expressa a quem servimos (Mt 6.24). “O problema não é a quantidade de dinheiro que temos, mas é se o que temos nos tem”.

O 2º pilar foi a família (Jó 1.18-21). Satanás sabia que um dos maiores prazeres já criado na face da terra é a família e por isso com um só golpe fulminou todos os seus filhos. Jó então rasga suas vestes (ato realizado quando da perda de um filho) e adora ao Senhor. Satanás nunca poderia esperar tal atitude! “O homem que não tem o hábito de adorar não passa de um par de óculos por trás do qual não há olhos”. Davi também adorou quando perdeu seu filho com Bate-Seba (2Sm 12.15-20).

O 3º pilar foi a saúde (Jó 2.5-7). Tumores malignos surgiram. É possível que se refira à elefantíase ou uma doença que provoca dor profunda e desfigura. Parece que a doença atingiu Jó repentinamente e cobriu seu corpo rapidamente. Não havia mais beleza e o sentimento por Jó era a repulsa. Interessante que em Jesus também não se via nenhuma beleza ou formosura (Is 53.1-3). Pare ser o nosso perfeito Sumo Sacerdote, Cristo Jesus tinha de conhecer, por sua própria experiência os nossos sofrimentos!

O 4º pilar foi os relacionamentos (Jó 17.2). Momentos difíceis, o próprio nome já diz que é um tempo de provação a qual ficamos mais sensíveis, mas como se não bastasse, as pessoas começam a zombar de nós, a própria esposa de Jó disse: “amaldiçoa seu Deus e morre” (Jó 2.9), ele se torna motivo de risos dos seus amigos (Jó 12.4). Jesus também foi zombado e escarnecido (Mt 27.29) mas assim como Jó manteve a sua integridade (Is 53.3).

O fato é que a humanidade de Jó foi provada e a sua espiritualidade foi revelada (Jó 42.1-5). Jó teve uma experiência profunda com Deus e isso gerou um novo nível de relacionamento e intimidade. O cativeiro de Jó foi virado quando esse orava pelos seus amigos (Jó 42.10). É como diz a frase “Grandes respostas de oração são frutos de grandes desejos de oração”.

Que possamos perseverar firmes em tempos de sofrimento, mesmo que nossos pilares sejam abalados, possamos dizer: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25).

“É duvidoso que Deus use tremendamente um homem sem antes não o feri-lo profundamente” A. W Tozer

NEle sempre

David Júnio