O caldeirão onde os profetas são feitos, assim como todo outro ministério, é a igreja local. Precisamos de todas as irritações e frustrações da vida na igreja local para amadurecermos em Cristo. Aqueles que correm destes desafios têm seu crescimento e potencial para serem usados, no melhor caso, atrofiados.
Freqüentemente escuto pessoas com dons proféticos reclamar que a igreja que freqüentam não é aberta a estes dons ou a eles, pessoalmente. Exceto por questões problemáticas como a própria pessoa levando seus líderes locais a desconfiar deles, estas estão obviamente na igreja errada, ou isso é também parte de seu treinamento. Tem sido a porção dos profetas, desde o início, de raramente serem aceitos em seu próprio tempo, e eles normalmente não são reconhecidos até que estejam mortos e não sejam mais uma ameaça.
Jesus era rejeitado continuamente pelos líderes de Israel, e é improvável que qualquer ministro verdadeiro não sofra isso de tempos em tempos em sua vida. E alguns, principalmente os ministérios de alto impacto, estarão sob constante perseguição de alguma forma. Se os apóstolos muito se alegravam porque foram“achados merecedores de ser envergonhados por causa do Seu nome” (veja Atos 5.41), quão mais devemos nós abraçar a qualquer rejeição como a grande oportunidade que ela é? Quando as credenciais de apóstolo do Apóstolo Paulo foram desafiadas, ele apontou para suas aflições e perseguições, e não seus feitos, como evidência de seu apostolado.
Porém, a chave é aprender a sermos rejeitados e falsamente acusados e não ficarmos feridos pessoalmente por isso. Sob a Antiga Aliança, os sacerdotes não poderiam ter cascas ou feridas não curadas. O mesmo é válido hoje – feridas não tratadas podem nos desqualificar para a utilidade no ministério. Onde você as tem, não pode ser tocado ou se aproximar das pessoas, o que não é aceitável e pode corromper um ministério. Se estamos sendo rejeitados ou negligenciados, é uma oportunidade para crescermos no amor.
O Rei Davi não teria sido o grande rei e homem segundo o próprio coração de Deus sem a perseguição que recebeu do Rei Saul. Saul ajudou a tornar Davi quem ele era chamado a ser. Davi manteve um coração correto diante de Saul ao longo de todas as injustiças, sempre tendo o mais alto respeito pelo “ungido de Deus”, e o seu coração ficou pesado apenas por ter cortado a ponta do manto de Saul. Mesmo após Saul morrer, Davi continuou a honrar a ele e sua casa, exatamente o contrário das práticas de todos ou outros reis naquele tempo, que imediatamente matariam quaisquer potenciais rivais ao seu trono.
Muitas das divisões destrutivas e falsas doutrinas ensinadas na igreja são resultado de rejeição, erros ou feridas não curadas, e não de mau embasamento nas Escrituras. Esses problemas são também pontos de entrada para o espírito de controle. O perdão é algo básico do Cristianismo, e se estamos carregando qualquer falta de perdão em nosso coração, isso pode, e provavelmente irá, corromper nosso ministério.
Não desperdice suas lutas – a igreja local é um dos melhores lugares para tê-las. O Senhor está retornando para Sua noiva, a igreja, e os verdadeiros amigos da noiva se dedicam a prepará-la. Pessoalmente, aprendi a duras penas a não confiar em ninguém que não tenha uma vida forte e compromissada em uma igreja local. Conheço muitas pessoas que são profeticamente dotadas que não têm um relacionamento em uma igreja local, e eles ainda podem ajudar as pessoas, mas também têm uma trilha de problemas e freqüentemente divisões que de longe ofuscam o bem que fazem.
Isso não quer dizer que não haja temporadas em que possamos ficar um pouco de canto para buscar ao Senhor, mas o Cristianismo basicamente não funciona sem a vida em igreja local. Você pode crescer em entendimento e conhecimento do Senhor, mas não estar crescendo, de fato, no Senhor. Não é possível estar apropriadamente conectado ao Cabeça sem também estar conectado ao corpo. Lemos em I João 1.8: “Se andamos na luz, assim como Ele está na Luz, temos comunhão um com o outro, e o sangue de Jesus, Seu Filho, nos limpa de todo pecado.”
A palavra traduzida como “comunhão” neste texto é o Grego koinonia, que implica uma união profunda, inseparável. É por isso que também é traduzida como “comunhão”, que é uma junção das palavras “comum” e “união”. Sem esta união com o povo de Deus, não permaneceremos na luz, como este trecho declara.
Certamente há muita transformação necessária à igreja, e ela vem, mas se não passarmos pelo processo de mudança e crescimento com a mesma, não nos encaixaremos nela quando ela chegar à maturidade. No Antigo Testamento, alguns dos profetas tinham de ficar sozinhos e andar solitariamente por tempos, mas no Novo Testamento os profetas fazem parte de uma equipe, e sem o resto da equipe, eles não podem realmente funcionar como são chamados para fazê-lo.
Pode haver exceções a esta regra, mas nos meus quarenta anos em Cristo, ainda hei de ver um que tenha se separado de uma vida conectada à igreja local que não tenha sido levado em cativeiro ou começado a causar mais dano do que bem, independentemente de que ministério dizia ter.
Rick Joyner, 15/Mar/2011
Por Felipe rudiek extraido do site www.portoesdacidade.blogspot.com